DEFINIÇÃO SONDAGEM ROTATIVA E MISTA
Sondagem Rotativa é um método de investigação geotécnica que consiste no uso de um conjunto motomecanizado projetado para a obtenção de amostras de materiais rochosos, contínuas e com formato cilíndrico, através de ação perfurante dada basicamente por forças de penetração e rotação que, conjugadas, atuam com poder cortante. A amostra de rocha obtida é chamada de testemunho.
Sondagem mista é uma método de investigação geotécnica que consiste na investigação do solo por sondagem a percussão (SPT) e investigação da rocha por sondagem rotativa.
No caso de dúvida quanto à natureza do material impenetrável a percussão, devem ser programadas sondagens mistas (percussão e rotativa)
Em se tratando de maciço rochoso, rocha alterada ou mesmo solo residual jovem, as amostras coletadas devem indicar suas características principais, incluindo-se eventuais descontinuidades, indicando: tipo de rocha, grau de alteração, faturamento, coerência, xistosidade, porcentagem de recuperação e o índice de qualidade da rocha (RQD). Sempre que possível deve ser feita a determinação do Nspt.
ENSAIO DE PENETRAÇÃO PADRONIZDO (SPT)
Standard Penetration Test. Ensaio de penetração dinâmica, executado em trecho de solo, durante uma sondagem a percussão ou sondagem mista, em que se objetiva obter índices de resistência a penetração do solo. É realizado pela cravação de amostrado padrão, tipo Terzaghi e Peck em 45 cm do terreno, em golpes sucessivos de um peso de cravação com 65 kgf em queda livre, de uma altura de 75 cm, sobre a cabeça de cravação conectada as hastes de sondagem e ao amostrador.
O índice de resistência a penetração do SPT, tem a abreviatura de Nspt, cuja a determinação se dá pelo número de golpes correspondente a cravação de 30 cm do amostrador padrão, após a cravação inicial de 15 cm.
PADRONIZAÇÃO DA SONDAGEM ROTATIVA
Existem dois sistemas de normatização das dimensões e nomenclaturas para sondagens rotativas, o DCDMA (Diamond Core Drill Manufacturers Association) e o padrão métrico que expõe o diâmetro do furo em milímetros.
O sistema de medidas de maior aceitação e uso é o DCDMA. Este abrange a padronização de revestimentos, hastes, barriletes, calibradores e coroas que possuem os diâmetros caracterizados por letras sendo as mais usuais as, A, B, N e H, elas cobrem dimensões de furo de 1, ½ a 4 polegadas.
O DCDMA especificou por muito tempo o grupo X e mais recente adotou o grupo W. Os tubos do grupo X, são relativamente mais leves e possuem passos de rosca fina, já no grupo W são mais pesados com passos de rosca mais grossa.
Para qualquer edificação deve ser feita uma campanha de investigação geotécnica preliminar, constituída no mínimo por
sondagens a percurssão (com SPT), visando a determinação da estratigrafia e classificação dos solos, a posição do nível d’água e a medida do índice de resistência à penetração Nspt, de acordo com a ABNT NBR 6484. Na classificação dos solos deve ser empregada a ABN NBR 6502.
Em função dos resultados obtidos na investigação geotécnica preliminar, pode ser necessária uma investigação complementar, através da realização de sondagens adicionais, instalação de indicadores de nível de água, piezômetros, bem como de outros ensaios de campo e de
ensaios de laboratório.
Independentemente da extensão da investigação geotécnica preliminar realizada, devem ser feitas investigações adicionais SEMPRE que, em qualquer etapa da execução da fundação, forem constatadas diferenças entre as condições locais e as indicações fornecidas pela investigação preliminar, de tal forma que as divergências fiquem esclarecidas.
Após a realização inicial de sondagens a percussão, em função de peculiaridades do subsolo e do projeto, ou ainda, caso haja dúvida quanto à natureza do material impenetrável a percussão, devem ser realizadas investigaões complementares. Neste caso, sondagens adicionais e outros
ensaios de campo serão programados.
NUMERO E LOCAÇÃO DAS SONDAGENS
A quantidade de furos de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo.
As sondagens devem ser, NO MÍNIMO, de uma para cada 200 m2 de área da projeção em planta do edifício, até 1.200 m2 de área. Entre 1.200 e 2.400 m2 deve-se fazer uma sondagam para cada 400 m2 que excederem de 1.200 m2. Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano partícula da construção. Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser:
Dois para área da projeção em planta do edifício até 200m2. Três para área entre 200 m2 e 400 m2.
Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como nos estudos de viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser fixado de forma que a distância máxima entre elas seja de 100m, com um mínimo de três sondagens.
Quando o número de sondagens for superior a três, estas não devem ser distribuídas ao longo de um mesmo alinhamento.
REGIÃO REPRESENTATIVA DO TERRENO
O resultado das investigações geotécnicas deve ser interpretado de forma a identificar espacialmente a composição do solo ou da rocha, suas propriedades mecânicas, profundidades das diversas
camadas de solo ou características das rocha. Dependendo das características geológicas e das dimensões do terreno, pode ser necessário dividi-lo em regiões representativas que apresentem pequena variabilidade nas suas características geotécncias.
O projetista das fundações deve definir estas regiões para a eventual programação de investigações adicionais, elaboração do projeto e programação dos ensaios de desempenho das fundações.
REFERÊNCIA NORMATIVA SONDAGEM MISTA E ROTATIVA
NBR 6484: 2001 - Execução de Sondagens de simples reconhecimento dos solos - Métodos de ensaio
NBR 8036:1983 - Programação de sondagem de simples reconhecimentos dos solos para Fundações de Edifícios – Procedimento
NBR 9603: 1986 – Sondagem a trado
NBR 6502: 1995 - Rochas e Solos - Terminologia
NBR 13441:1995 - Rochas e Solos – Simbologia
BOLETIM 03 – ABGE: 1999 – Manual de Sondagens
BOLETIM 04 – ABGE: 1999 – Ensaios de Permeabilidade em Solos
DNER-PRO 102:1997 – Sondagem de reconhecimento pelo método rotativo
EQUIPE DE SONDAGEM ROTATIVA
Sondador Rotativo
Auxiliar de Sondagem Mista e Rotativa
Ajudante
Tripé ou torre de sondagem com escada, dotada de roldana, sonda rotativa e conjunto motobomba
Medidor de nível dágua ou pio
Barriletes simples e duplos
Coroas de widia e diamantada
DIMENSÕES DE TRANSPORTE DOS EQUIPAMENTOS DE SONDAGEM ROTATIVA
Peso: 2.000 kg
Altura: 2,00 m
Comprimento: 3,50 m
Largura: 2,0 m
DIMENSÕES DE TRABALHO DOS EQUIPAMENTOS DE SONDAGEM ROTATIVA
Peso: 2.000 kg
Altura: 6,00 m
Comprimento: 12,00 m
Largura: 6,00 m
CAPACIDADE OPERACIONAL DA SODNAGEM ROTATIVA
Profundidade Máxima: 80,00 m
Diâmetro Máximo: NW
SEGURANÇA NO TRABALHO
PPRA - Programa de prevenção dos riscos ambientais.
PCMSO - Programa de controle médico de saúde ocupacional.
DOCUMENTOS COMPLEMENTARES DISPONÍVEIS EM OBRA - CONTRATANTE
Planta de locação das sondagens, com indicação da escala utilizada, amarradas a um RN determinado
Levantamento plani-altimétrico e implantação da obra, para aquelas de maior vulto
TABELA PARA ESTIMATIVA DE TENSÃO ADMISSÍVEL DAS ROCHAS
Tipo de Rocha |
Taxa da rocha (kgf/cm2) |
Sã, maciça, sem laminação ou sinal de decomposição |
30,00 |
Laminas com pequenas fissuras estratificadas |
15,00 |
Rochas alteradas ou em decomposição |
*
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* Em rochas alteradas ou em decomposição, tem que ser levado em conta a natureza da rocha matriz e o grau de decomposição ou alteração |